terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O silêncio de Adão, de Larry Crabb (com Don Hudson e Al Andrews)

Estamos diante de um livro muito bom. Um livro voltado para a alma masculina. Uma leitura de riqueza inestimável. Os autores abordam questões específicas que acometem os homens e tratam diretamente e com firmeza de temas muito pertinentes à masculinidade.
O foco do livro é evidenciar uma fraqueza na alma masculina que é cada vez mais freqüente. Os autores abordam as chagas dessa desventura e também salientam caminhos para que os homens possam vencer seus desafios.
Este livro é tão bom que nem sei por onde começar. Vejamos. Em Gn 3.6 nós encontramos uma passagem que é interessante para começarmos: podemos ler que a mulher comeu do fruto da árvore proibida e deu para o homem, que estava com ela e comeu também (p. 117). Adão se calou. Adão poderia ter dito não. Adão poderia ter tomado uma posição e expressado isso diante daquela situação crucial, mas não o fez. Desde então, podemos perceber essa mesma conduta que sinaliza uma deturpação da verdadeira masculinidade que Deus deu para todos os homens e espera que todos a exerçam de maneira plena.
O homem se negou a falar. Negou-se a seguir o exemplo de seu próprio Pai que estabeleceu um relacionamento com a criação apenas com o poder da sua palavra. Adão, com seu silêncio, rompeu um relacionamento e foi condenado ao trabalho, contrariamente a um princípio de Deus em que a palavra gera descanso.
Desde a criação, o desígnio do homem é falar, é tomar posição diante dos fatos. É ter a firmeza necessária para enfrentar os desafios da vida. A verdadeira masculinidade é um ímpeto, uma energia natural dentro do coração de todo homem, um poder para mover-se na vida (pp. 50-1).
Contudo, ao mover-se, o homem entra no terreno do incontrolável, do inesperado. O homem pouco viril sente fortemente o medo do incontrolável, onde seus talentos são inúteis, mas nega fortemente isso dentro dele (p. 53). É neste ponto que ele pode virar o jogo. Para um homem que é eminentemente controlador para disfarçar sua fraqueza, pode parecer vergonhoso estar perdido no meio do incontrolável, mas é aí que se gera a verdadeira dependência, a dependência do Pai (p. 74).
Nesse ponto encontramos algo crucial: se o homem que se move não segura na mão do Pai e aceita ser dependente dele, então ele se relacionará com as outras pessoas de maneira carente ou controladora, e ambas são formas corrompidas da verdadeira masculinidade que provém de Deus (p. 154). Numa postura de carência, mesmo o carinho dado é sintoma de uma carência, e numa postura controladora, a decepção frente a uma necessidade não atendida acarreta reações raivosas com intenção de ferir (pp. 163-4).
Uma conduta genuinamente masculina produz um contentamento que sobrevive à perda, um gozo que perpassa o sofrimento, uma confiança humilde que persiste durante o fracasso ou o contratempo (p. 155). O homem deve diferenciar a força do poder e a fraqueza da sensibilidade. A combinação que Deus quer é força acompanhada de sensibilidade, mas isso gera um desconforto em nosso meio. Estamos acostumados a tal ponto com uma masculinidade corrompida que a sensibilidade chega a gerar um sentimento de inadequação para os homens que a têm, tendendo a autopiedade e a um aflitivo descontentamento, já a força, sozinha, gera uma dureza distanciadora e uma atrofia sentimental (p. 178). O desejo de Deus é que os dois estejam juntos; essa é a verdadeira masculinidade.
Amados, a partir da indagação aparentemente irrelevante: “onde estava Adão quando a serpente tentou a mulher?”, três dos mais respeitados estudiosos da Bíblia e do comportamento humano, Dr. Larry Crabb, Don Hudson e Al Andrews, constroem uma obra da maior importância à compreensão de uma estranha característica do comportamento masculino: a omissão (seja de que tipo for). Acredite, vocês vão encontrar alguma em suas vidas. E sana-la vai fazer com que vocês se acheguem mais perto da vontade de Deus para vocês.

Um comentário:

Explore o fascinante reino dos cogumelos e desvende seus segredos disse...

Esse livro nos fala também do caráter do ser humano, por exemplo, quando analisa nosso comportamento do ponto de vista da "esfera da administração" ou da "esfera do mistério". A leitura é muitíssimo valiosa para mulheres que buscam crescimento no conhecimento das verdades de D-us.

Carmem Freitas