Estamos diante de um livro muito bom. Um livro voltado para a alma masculina. Uma leitura de riqueza inestimável. Os autores abordam questões específicas que acometem os homens e tratam diretamente e com firmeza de temas muito pertinentes à masculinidade.
O foco do livro é evidenciar uma fraqueza na alma masculina que é cada vez mais freqüente. Os autores abordam as chagas dessa desventura e também salientam caminhos para que os homens possam vencer seus desafios.
Este livro é tão bom que nem sei por onde começar. Vejamos. Em Gn 3.6 nós encontramos uma passagem que é interessante para começarmos: podemos ler que a mulher comeu do fruto da árvore proibida e deu para o homem, que estava com ela e comeu também (p. 117). Adão se calou. Adão poderia ter dito não. Adão poderia ter tomado uma posição e expressado isso diante daquela situação crucial, mas não o fez. Desde então, podemos perceber essa mesma conduta que sinaliza uma deturpação da verdadeira masculinidade que Deus deu para todos os homens e espera que todos a exerçam de maneira plena.
O homem se negou a falar. Negou-se a seguir o exemplo de seu próprio Pai que estabeleceu um relacionamento com a criação apenas com o poder da sua palavra. Adão, com seu silêncio, rompeu um relacionamento e foi condenado ao trabalho, contrariamente a um princípio de Deus em que a palavra gera descanso.
Desde a criação, o desígnio do homem é falar, é tomar posição diante dos fatos. É ter a firmeza necessária para enfrentar os desafios da vida. A verdadeira masculinidade é um ímpeto, uma energia natural dentro do coração de todo homem, um poder para mover-se na vida (pp. 50-1).
Contudo, ao mover-se, o homem entra no terreno do incontrolável, do inesperado. O homem pouco viril sente fortemente o medo do incontrolável, onde seus talentos são inúteis, mas nega fortemente isso dentro dele (p. 53). É neste ponto que ele pode virar o jogo. Para um homem que é eminentemente controlador para disfarçar sua fraqueza, pode parecer vergonhoso estar perdido no meio do incontrolável, mas é aí que se gera a verdadeira dependência, a dependência do Pai (p. 74).
Nesse ponto encontramos algo crucial: se o homem que se move não segura na mão do Pai e aceita ser dependente dele, então ele se relacionará com as outras pessoas de maneira carente ou controladora, e ambas são formas corrompidas da verdadeira masculinidade que provém de Deus (p. 154). Numa postura de carência, mesmo o carinho dado é sintoma de uma carência, e numa postura controladora, a decepção frente a uma necessidade não atendida acarreta reações raivosas com intenção de ferir (pp. 163-4).
Uma conduta genuinamente masculina produz um contentamento que sobrevive à perda, um gozo que perpassa o sofrimento, uma confiança humilde que persiste durante o fracasso ou o contratempo (p. 155). O homem deve diferenciar a força do poder e a fraqueza da sensibilidade. A combinação que Deus quer é força acompanhada de sensibilidade, mas isso gera um desconforto em nosso meio. Estamos acostumados a tal ponto com uma masculinidade corrompida que a sensibilidade chega a gerar um sentimento de inadequação para os homens que a têm, tendendo a autopiedade e a um aflitivo descontentamento, já a força, sozinha, gera uma dureza distanciadora e uma atrofia sentimental (p. 178). O desejo de Deus é que os dois estejam juntos; essa é a verdadeira masculinidade.
Amados, a partir da indagação aparentemente irrelevante: “onde estava Adão quando a serpente tentou a mulher?”, três dos mais respeitados estudiosos da Bíblia e do comportamento humano, Dr. Larry Crabb, Don Hudson e Al Andrews, constroem uma obra da maior importância à compreensão de uma estranha característica do comportamento masculino: a omissão (seja de que tipo for). Acredite, vocês vão encontrar alguma em suas vidas. E sana-la vai fazer com que vocês se acheguem mais perto da vontade de Deus para vocês.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
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Um comentário:
Esse livro nos fala também do caráter do ser humano, por exemplo, quando analisa nosso comportamento do ponto de vista da "esfera da administração" ou da "esfera do mistério". A leitura é muitíssimo valiosa para mulheres que buscam crescimento no conhecimento das verdades de D-us.
Carmem Freitas
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